Compartilhou o vídeo da ‘mulher do padre’? Você também pode responder na Justiça

Flagrante do padre com noiva de fiel vira caso de polícia no Mato Grosso e operação apreende celulares dos envolvidos.
O vídeo de um padre flagrado com a noiva de um fiel em Nova Maringá, Mato Grosso, virou caso de polícia. Suspeitos de vazarem a cena foram alvo de busca e apreensão pela Polícia Civil na quinta-feira (16) e podem responder por uma série de crimes.
Os internautas que repercutiram o vídeo da “mulher do padre” nas redes sociais também podem responder na Justiça, segundo a advogada criminalista Larissa Kretzer, consultada pelo ND Mais.
“Quem contribui para divulgação do conteúdo que gera o dano pode ser responsabilizado, especialmente se o conteúdo foi compartilhado de forma sensacionalista ou com comentários depreciativos”, explica a advogada.
“Neste ponto, a responsabilidade penal é delicada, visto que é necessário a comprovação do dolo, ou seja, da intenção de causar uma exposição indevida”, acrescenta.
A acólita de 21 anos, identificada como Isabelly, foi encontrada vestindo apenas um baby doll na casa paroquial do sacerdote Luciano de Braga Simplício, de 39 anos, no último domingo (12).
O flagrante da suposta traição da “mulher do padre” viralizou e o clérigo foi afastado de suas funções na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, que investiga a conduta.
A família de Isabelly registrou boletim de ocorrência após a divulgação do vídeo. Uma operação da PCMT (Polícia Civil do Mato Grosso) na quinta-feira (16) cumpriu quatro mandados contra os suspeitos de produzir e difundir as imagens nas redes sociais. Aparelhos eletrônicos foram apreendidos.
Suspeitos de expor a ‘mulher do padre’ são investigados por 5 crimes
O ex-noivo de Isabelly, identificado como Bruno Griebeler, se manifestou por meio de seus advogados e esclareceu que não participou do flagrante. Ele estava em viagem a trabalho no Rio Grande do Sul e nega envolvimento na exposição da jovem.
O vídeo teria sido registrado pelo pai de Bruno, sogro da “mulher do padre”, suspeito de invadir a casa paroquial com outros familiares e amigos do noivo.
“Apesar do vídeo não ter conteúdo íntimo ou impróprio, quem divulgou pode responder civilmente, por violar o direito à imagem e à vida privada das pessoas envolvidas”, avalia a advogada Larissa Kretzer.
“Se o vídeo foi divulgado com a intenção de expor, humilhar ou causar constrangimento, também pode ser avaliado sob a ótica de crimes contra a honra, como a difamação”, completa.
Polícia Civil destacou que a jovem de 21 anos “visivelmente entra em estado de choque após ter a intimidade registrada pelas câmeras”. O inquérito policial foi instaurado na Delegacia de São José do Rio Claro.
“As imagens que expõe a intimidade da vítima foram amplamente divulgadas em redes sociais da internet ganhando repercussão nacional”, diz a corporação.
A polícia apura os seguintes crimes:
constrangimento ilegal qualificado, praticado mediante violência ou participação de três ou mais pessoas: detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa;
dano qualificado: detenção de 1 a 6 meses, ou multa;
invasão de domicílio qualificada, praticada no período da noite e com violência: detenção de 1 a 3 meses, ou multa;
exposição da intimidade: detenção de 6 meses a 1 ano, e multa;
dano psicológico: reclusão de 6 meses a 2 anos, e multa.
Resumo: entenda caso da ‘mulher do padre’ em 6 pontos
Flagrante: Padre Luciano Braga Simplício e a jovem Isabelly (21 anos, acólita da paróquia) foram filmados em situação constrangedora dentro da casa paroquial em Nova Maringá (MT), no último domingo (12). A “mulher do padre” aparece vestindo apenas um baby doll, escondida debaixo da pia.
Vazamento e polêmica: O vídeo vazou e viralizou nas redes sociais, provocando memes e grande repercussão nacional. A família de Isabelly registrou boletim de ocorrência por vazamento e exposição indevida.
Investigação policial: A Polícia Civil instaurou inquérito para identificar quem gravou e divulgou o vídeo. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão de celulares e mídias eletrônicas em endereços ligados aos suspeitos na quinta-feira (16).
Noivo quebra o silêncio: Bruno Griebeler, noivo de Isabelly, não estava presente porque partiu em viagem ao Rio Grande do Sul a trabalho. Defesa nega seu envolvimento e pediu que a exposição do caso fosse encerrada.
Padre se defende: Em áudio divulgado, Luciano afirma que Isabelly pediu para usar a casa paroquial para trocar de roupa e que não houve relação íntima. Segundo ele, o incidente ocorreu quando ele estava tomando banho e a situação se tornou conflituosa com a invasão de outras pessoas.
Medidas da Igreja: Luciano Braga Simplício foi afastado de suas funções e um novo padre assume as atividades paroquiais enquanto o caso é investigado. A Diocese de Diamantino informou que toma as medidas canônicas previstas.
Fonte: ND + Foto: Divulgação/Polícia Civil/ND